segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Como deve ser uma ornamentação de uma Igreja?


A Instrução geral do Missal Romano (3ª edição típica) constitui uma verdadeira introdução teológica, litúrgica e pastoral a tudo o que diz respeito à Missa e ao lugar habitual da sua celebração, a igreja. O adorno ou ornamentação das igrejas vem tratado em vários números do capítulo V da Instrução geral.
Transcrevo e comento, frase por frase, o n. 292: “Na ornamentação da igreja deve tender-se mais para a simplicidade do que para a ostentação”. Afirmam-se aqui três coisas: as igrejas devem ser ornamentadas; essa ornamentação deve tender para a simplicidade; há que fugir sempre da ostentação (que é sinónimo de exibição, luxo, aparato e riqueza). Porquê? Porque o importante não é a ornamentação da igreja, por si mesma, mas a liturgia que aí será celebrada. A ornamentação deve servir de suporte e envolvência à liturgia, e estar ao seu serviço, com simplicidade, e não com exibicionismo. Segunda frase do n. 292: “Na escolha dos elementos decorativos, procure-se a verdade das coisas”. Numa igreja pode haver muitos elementos decorativos. Os principais são as flores e a verdura que se utilizam. Procurar a verdade das coisas é utilizar flores e verdura naturais, e não artificiais. Nos jardins, o que há são flores e verdura naturais; as flores e verdura artificiais vêm das fábricas; as flores verdadeiras são as dos jardins; as das fábricas, por mais bonitas que sejam, não são verdadeiras flores. Não exprimem a verdade das coisas; são apenas imitações. Na ornamentação de uma igreja nunca deveriam entrar flores nem verdura artificiais. A verdade das coisas exige isso. Última frase do n. 292: “Na escolha desses elementos, procure-se o que contribua para a formação dos fiéis e para a dignidade de todo o lugar sagrado”. Não se deve ornamentar uma igreja por ornamentar, mas fazê-lo para formar os fiéis. E o que é formar os fiéis através da ornamentação? ... a pessoa encarregada da ornamentação de uma igreja tem de ter noções certas pelo menos acerca da liturgia, do ano litúrgico e da pastoral litúrgica, o que só se adquire recebendo formação nessas áreas... Não precisa de ter um curso superior, mas precisa de saber o que a Igreja pensa e ensina sobre esses temas.
Fonte:Secretariadonacionaldeliturgia




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