São João Maria Batista Vianney
João
Maria Batista Vianney sem dúvida alguma, se tornou o melhor exemplo das
palavras profetizadas pelo apóstolo Paulo: "Deus escolheu os
insignificantes para confundir os grandes". Ele nasceu em 8 de maio de
1786, no povoado de Dardilly, ao norte de Lyon, França. Seus pais,
Mateus e Maria, tiveram sete filhos, ele foi o quarto. Gostava de
freqüentar a igreja e desde a infância dizia que desejava ser um
sacerdote.
Vianney
só foi para a escola na adolescência, quando abriram uma na sua aldeia,
escola que freqüentou por dois anos apenas, porque tinha de trabalhar
no campo. Foi quando se alfabetizou e aprendeu a ler e falar francês,
pois em sua casa se falava um dialeto regional.
Para
seguir a vida religiosa, teve de enfrentar muita oposição de seu pai.
Mas com a ajuda do pároco, aos vinte anos de idade ele foi para o
Seminário de Écully, onde os obstáculos existiam por causa de sua falta
de instrução.
Foram
poucos os que vislumbraram a sua capacidade de raciocínio. Para os
professores e superiores, era considerado um rude camponês, que não
tinha inteligência suficiente para acompanhar os companheiros nos
estudos, especialmente de filosofia e teologia. Entretanto era um
verdadeiro exemplo de obediência, caridade, piedade e perseverança na fé
em Cristo.
Em
1815, João Maria Batista Vianney foi ordenado sacerdote. Mas com um
impedimento: não poderia ser confessor. Não era considerado capaz de
guiar consciências. Porém para Deus ele era um homem extraordinário e
foi por meio desse apostolado que o dom do Espírito Santo manifestou-se
sobre ele. Transformou-se num dos mais famosos e competentes confessores
que a Igreja já teve.
Durante
o seu aprendizado em Écully, o abade Malley havia percebido que ele era
um homem especial e dotado de carismas de santidade. Assim, três anos
depois, conseguiu a liberação para que pudesse exercer o apostolado
plenamente. Foi então designado vigário geral na cidade de
Ars-sur-Formans. Isso porque nenhum sacerdote aceitava aquela paróquia
do norte de Lyon, que possuía apenas duzentos e trinta habitantes, todos
não-praticantes e afamados pela violência. Por isso a igreja ficava
vazia e as tabernas lotadas.
Ele
chegou em fevereiro de 1818, numa carroça, transportando alguns
pertences e o que mais precisava, seus livros. Conta a tradição que na
estrada ele se dirigiu a um menino pastor dizendo: "Tu me mostraste o
caminho de Ars: eu te mostrarei o caminho do céu". Hoje, um monumento na
entrada da cidade lembra esse encontro.
Treze
anos depois, com seu exemplo e postura caridosa, mas também severa,
conseguiu mudar aquela triste realidade, invertendo a situação. O povo
não ia mais para as tabernas, em vez disso lotava a igreja. Todos agora
queriam confessar-se, para obter a reconciliação e os conselhos daquele
homem que eles consideravam um santo.
Na
paróquia, fazia de tudo, inclusive os serviços da casa e suas
refeições. Sempre em oração, comia muito pouco e dormia no máximo três
horas por dia, fazendo tudo o que podia para os seus pobres. O dinheiro
herdado com a morte do pai gastou com eles.
A
fama de seus dons e de sua santidade correu entre os fiéis de todas as
partes da Europa. Muitos acorriam para paróquia de Ars com um só
objetivo: ver o cura e, acima de tudo, confessar-se com ele. Mesmo que
para isto tivessem que esperar horas ou dias inteiros. Assim, o local
tornou-se um centro de peregrinações.
O
Cura de Ars, como era chamado, nunca pôde parar para descansar. Morreu
serenamente, consumido pela fadiga, na noite de 4 de agosto de 1859, aos
setenta e três anos de idade. Muito antes de ser canonizado pelo papa
Pio XI, em 1925, já era venerado como santo. O seu corpo, incorrupto,
encontra-se na igreja da paróquia de Ars, que se tornou um grande
santuário de peregrinação. São João Maria Batista Vianney foi proclamado
pela Igreja Padroeiro dos Sacerdotes e o dia de sua festa, 4 de agosto,
escolhido para celebrar o Dia do Padre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário