quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Papa: "Deus não é uma inteligência matemática; é uma realidade em nossa vida"

Cidade do Vaticano (RV) – Nesta chuvosa quarta-feira de outono, o encontro semanal do Pontífice com os fiéis se realizou na Sala Paulo VI, no Vaticano. Como é tradição, o Papa leu a sua reflexão em italiano, e na sequência, resumiu o texto em várias línguas. Prosseguindo a série sobre o Ano da Fé, a questão principal da audiência foi “Como falar de Deus no mundo de hoje?”. 

"Deus não é uma hipótese distante sobre a origem do mundo; não é uma inteligência matemática que está longe de nós. O amor de Deus por nós é infinito e eterno, e a fé cristã é uma resposta aos anseios mais profundos do coração humano” – começou Bento XVI. "Comunicar Jesus Cristo aos homens e mulheres do nosso tempo significa dar testemunho silencioso e humilde do núcleo da mensagem do Evangelho". 

O Papa sugeriu imitar o modo de agir de Deus, mas ressalvou que “falar de Deus requer um crescimento na fé, familiaridade com Jesus e seu Evangelho; uma vida de fé e caridade”. “A família é um lugar privilegiado para a transmissão da fé às novas gerações. Em clima de escuta e de diálogo, cada membro deve ser para o outro um sinal do amor de Deus. Falar de Deus é comunicar-se com alegria, força e simplicidade” – lembrou. 

Assim, em nossas vidas, com nossas famílias, com nossos filhos, poderemos manifestar este mesmo amor de Cristo, estando atentos a todas as necessidades, aos anseios mais profundos, para poder dar uma resposta de esperança à humanidade”. 

Em português, o Papa usou as seguintes palavras:

O anúncio que leva ao encontro com Deus-Amor, revelado de modo único em Jesus crucificado, é destinado a todos: não há salvação fora de Jesus Cristo. Como podemos falar de Deus hoje? O Ano da Fé é ocasião de buscar novos caminhos, sob a inspiração do Espírito Santo, para transmitir a Boa Nova da salvação. Neste sentido, o primeiro passo é procurar crescer na fé, na familiaridade com Jesus e com o seu Evangelho, aprendendo da forma como Deus se comunica ao longo da história humana, sobretudo com a Encarnação: através da simplicidade. É necessário retornar ao aspecto essencial do anúncio, olhando para o exemplo de Jesus. N’Ele, o anúncio e a vida se entrelaçam: Jesus atua e ensina, partindo sempre da sua relação íntima com Deus Pai. De fato, comunicar a fé não significa levar a si mesmo aos demais, mas transmitir publicamente a experiência do encontro com Cristo, a começar pela própria família. Esta é um lugar privilegiado para falar de Deus, onde se deve procurar fazer entender que a fé não é um peso, mas uma profunda alegria que transforma a vida.

Uma saudação cordial a todos os peregrinos de língua portuguesa, com votos de serem por todo o lado zelosos mensageiros e testemunhas da fé que vieram afirmar e consolidar neste encontro com o Sucessor de Pedro. Que Deus vos abençoe! Obrigado!”.
(CM)

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